o mundo é um lugar solitário
Momentos de solitude, onde buscamos estar sozinhas e em contato com a gente são necessários. Mas chegar ao extremo (ou seja, na solidão) é perigoso.
“Solidão, quem pode evitar?” já cantava Zélia Duncan em Catedral de 1994. Na versão de 1988 de Tanita Tikaram (Cathedral Song) a expressão usada é “winter time” para se referir a esse momento mais sozinha consigo mesma, ainda que uma matéria de 2018 da BBC tenha questionado algumas pessoas - não mencionando quantas – e chegado a conclusão de que o inverno não aumenta a solidão. A explicação: no hemisfério norte o Natal coincide com o inverno e as pessoas acabam se esforçando para se incluírem mais nessa época. Já no verão, há muitas pessoas viajando, o que acaba excluindo aqueles que ficam. Seja como for, a solidão pode ser considerada uma condição psicologicamente desagradável, que pode levar a patologias como ansiedade generalizada e depressão. Bem diferente de quando se escolhe estar sozinha, ato conhecido como solitude, que é algo benéfico e prazeroso, onde o ponto chave é curtir a própria companhia.
O sentir-se sozinho é normal ao ser humano, faz parte de sua independência. Esse sentimento tão conhecido por nós nos encontra ainda crianças e vai se intensificando à maneira que ganhamos maturidade. Então, onde começa a solidão? Quando temos nosso contato social restringido, quando não há convívio social suficiente. Há quem diga que estamos no meio de uma epidemia da solidão, com metade da população brasileira se considerando solitária. Curiosidade triste: mais de 30% da população Global se põe nesse papel de acordo com o relatório Perceptions of the Impact of Covid-19 da Ipsos. E quem tem amigos, familiares e parceiros também pode sentir-se nesse breu, viu? Solidão é sobre saúde mental. Problemas de comunicação e autoestima podem contribuir para a piora do quadro. Aí entra a importância de falarmos abertamente sobre como anda nosso psicológico.
O outro lado da moeda: a solitude
Já se você é super ativa socialmente talvez pense: “mas eu queria ter é mais espaço!” e eu te digo: você precisa é da já mencionada solitude. Estar constantemente em contato com as pessoas também é cansativo. No fim das contas, a vida é sobre equilíbrio. O nosso organismo, fisiologicamente falando, sempre busca por homeostase, sábio que é. Assim, devemos ser também. Momentos de solitude, onde buscamos estar sozinhas e em contato com a gente mesma são necessários. Mas chegar ao extremo (ou seja, na solidão) é perigoso.
O site da Pfizer traz alguns pontos sobre solitude:
É essencial para que você possa se ouvir
Constrói autoconfiança
Permite que novas ideias surjam
Esses momentos podem ser encontrados com meditação, praticando esportes solo (indico yoga), assistindo um filme, lendo, escrevendo. Vale a pena bater mais uma vez na tecla: não podemos nos entregar a eles como única saída, pois não são!
Comecei a ler A Cidade Solitária de Olivia Laing ano passado e achei bem pesado, então, ainda não terminei. Precisa estar em excelente estado de solitude e nada solitária para encarar, fica a dica. Aqui uma entrevista com a autora. Mas é uma leitura reveladora.
Vídeo que traz Leandro Karnal falando sobre Solidão e Solitude e suas diferenças:
Musiquinha do Hateen chamada Sozinho a Dois:
Prefiro ficar só
Mas ter certeza de quem sou
Melhor do que estar sozinho a dois
Musiquinha Solitude do Black Sabbath de onde saiu o título da newsletter de hoje:
The world is a lonely place, you're on your own
Guess I will go home, sit down and moan
Crying and thinking is all that I doEu sendo bem pisciana, correndo risco entre a linha tênue de solidão e solitude:
Uma edição passada falando sobre saúde mental: